A queda da difusão nos jornais pagos em Espanha. Quais foram as principais causas?
Através de um estudo exaustivo de 11 anos (2000-2010), as causas da queda dos periódicos paga foram analisadas, tentando quantificar em que medida cada um deles influencia na crise dos periódicos impressos: a expansão da prensa digital , a intrusão dos periódicos gratuitos, a aposta (ou não) por canais de distribuição paralelos, como a assinatura, a incidência da evolução dos pontos tradicionais de venda, o preço do produto, uma possível mudança de hábitos sociais e do início da crise econômica.
O objetivo é determinar como e em que magnitude estes fenômenos exercem influência sobre a diminuição da divulgação da prensa diária paga, através de uma análise pormenorizada dos seis periódicos generalistas mais importantes em Espanha, em função de sua difusão: EL PAÍS, El Mundo, ABC, La Vanguardia, El Periódico de Catalunya e La Razón.
Este estudo convertido numa tese de doutorado, observa como a população espanhola aumentou cerca de 6 milhões pessoas no período em estudo, dos quais 1,7 milhões eram migrantes de língua espanhola, o que devia facilitar a possibilidade de consumir jornais em espanhol.
Além disso, nesses onze anos, a renda per capita real cresceu 13,6%, portanto, é possível refutar a hipótese de que o declínio na venda de periódicos seja uma consequência de um empobrecimento da população.
O estudo também observa que as gerações mais jovens combinam o papel e suporte digital, sem uma substituição radical uns dos outros. Por outro lado, uma parte importante da população não era usuária da Internet, cerca de 23 milhões de pessoas que residiam em Espanha em 2010, não estavam acostumados a usa-los.
No que diz respeito à publicidade, o predomínio que houve nos rendimentos dos meios de comunicação social, previsivelmente não voltarão a ocorrer devido à progressiva segmentação das audiências e porque as empresas foram destinando todos os anos montantes proporcionalmente Inferiores a esta indústria.
A parte destinada aos periódicos em 2000 representava 30% de todo o investimento destinado a meios convencionais, no entanto em 2010 esta percentagem caiu 9,5 pontos. Em valores absolutos, a perda foi de mais de 545 milhões euros faturados durante o período de estudo.
Para um leitura detalhada consulte: http://www.tdx.cat/handle/10803/101465